Descrição
Cadeira, em madeira talhada e filetada, e palhinha. Espaldar ligeiramente inclinado para trás, com montantes de secção quadrangular. Na porção superior do espaldar, motivo ornamental vazado constituído de varetas finas cruzadas, ladeado por duas travessas mais largas. Abaixo, duas varetas finas paralelas. Pernas de secção quadrangular afinando ligeiramente para baixo. Amarração com duas travessas laterais. Observação (por Celina Santos Barboza): O estilo dos móveis da 1ª metade do Século XIX no Brasil / Os móveis brasileiros encontrados nas coleçơes do Museu da Inconfidência, de provável fatura na primeira do século XIX, inspiraram-se em duas linhas estilísticas básicas. A primeira delas remete à estética do mobiliário do estilo Neoclássico, em Portugal e no Brasil conhecido por estilo Dona Maria I, inspirado no estilo francês Luís XVI e nos modelos de desenhistas de móveis ingleses, como Sheraton e Hepplewhite. / A partir do reinado de Dom João VI, e abrangendo o reinado do imperador Dom Pedro I, a linha estilística do Regency, o estilo Império inglês, e dos estilos Diretório e Império franceses, passaram a inspirar modelos e a sugerir elementos decorativos para os móveis portugueses e brasileiros. O chamado estilo Império, especialmente o francês, teve várias interpretaçơes no decorrer da 1ª metade do século XIX, na maior parte das vezes bem simplificada na volumetria, adotando um ou outro de seus elementos decorativos. / Os móveis desse segundo grupo, feitos no Brasil, receberam a denominação genérica de Estilo Império Brasileiro, embora esta possa não ser a classificação mais adequada. Essa designação foi usada pela historiadora de móveis Tilde Canti, que citamos nas Referências Bibliográficas. Adotamos essa classificação para um conjunto de móveis que já não possuem as características do Estilo Neoclássico, e que ainda não se encaixam no mobiliário produzido na 2ª metade do século XIX no Brasil. / É preciso também não perder de vista que muitos destes móveis "de estilo" são exemplares feitos em datas muito posteriores à sua primeira manifestação, a maior parte deles datando mesmo do século XX, executados "à maneira de", copiando modelos pré-existentes.
Descrição revisada por Janine Ojeda em 28/11/2019 para lançamento do Tainacan em 06/12/2019.